segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Arte Romana


Nos bons tempos, quando o poderio romano era inquestionável, o império cobria uma área territorial imensa, que ia da atual Inglaterra até a Rússia, passando por todo o norte da África, incluindo o Egito. Era um império formidável e modificou o mundo com novos conceitos sociais, administrativos e políticos. Recebendo a influência de muitos povos, os romanos foram os responsáveis por espalhar pelo mundo uma grande quantidade de idéias e princípios, como o próprio cristianismo. Também com a arte, a influência recebida de diversos povos - principalmente os gregos -, tratou de ser divulgada e implementada nos quatro cantos do planeta, pois o Império Romano significava a maior parte do mundo conhecido e civilizado nos séculos que antecederam e sucederam o nascimento de Cristo. É dessa época que estamos falando.


Cenas de batalha com soldados romanos e ducos e o Imperador Augustos - arte romana

Na verdade, os poderosos romanos inicialmente traziam as obras de arte encontradas na Grécia conquistada, assim como de outros povos, inundando o império com essa arte que não era sua, propriamente. Os navios chegavam carregados de trabalhos feitos pelos artistas gregos para adornar os edifícios públicos e suntuosas residências dos patrícios. Os artistas romanos começaram simplesmente a copiar trabalhos gregos e depois homenagear personalidades locais realizando esculturas ao estilo grego. Horácio, o poeta romano filho de um liberto e protegido por imperadores, disse naquela época que a Grécia submetida a Roma havia, na verdade, conquistado o conquistador romano, tal era a influência grega dentro do território de Roma. Mas os romanos, claro, como não poderia deixar de ser, foram também criativos e inovadores.


Busto do Imperador Hadrianus e a deusa Minerva - trabalhos esmerados

A principal característica de Roma foi a organização e a eficiência. Na arte, também primaram pela busca da utilidade e praticidade imediata - tanto que o principal destaque vai para a arquitetura, onde a grandeza ressaltava a idéia do poderio romano. As termas são uma invenção romana e funcionaram como centros sociais, com local para esportes, reuniões, jardins e banhos, naturalmente. As basílicas não tinham a conotação de igrejas, inicialmente. Eram locais comerciais e só passaram a ter funções religiosas com a propagação do cristianismo dentro da influência de Roma. Os circos e anfiteatros, como o Circus Maximus e o Coliseu, são símbolos de uma arquitetura primorosa que adornava todos os edifícios com esculturas e transformaram a Roma atual na maior concentração de obras de arte urbanas que conseguimos imaginar. Passear por Roma é passear por um grande museu e pelos corredores da história do mundo ocidental.


Anfiteatro de Nenis, em Paris e o Coliseu, em Roma - partes do grande império

Os romanos tinham o hábito de pintar nas paredes, imitando janelas e varandas que reproduziam cenas externas com paisagens e animais, dando uma idéia de maior tamanho ao ambiente. Eram mestres nesse assunto. Reproduziam também cenas de teatro ou cópias de trabalhos gregos, declarando uma influência que nunca foi negada ou disfarçada. Entretanto, os romanos diferiam dos gregos no temperamento básico, muito mais realista. Isso de reflete de forma nítida na escultura. Ao invés da beleza ideal retratada pelos gregos em suas esculturas, os romanos retratavam as pessoas como de fato elas eram, sem aquele idealismo de uma beleza hipotética. As estátuas romanas representam figuras verdadeiras da casta social. Claro que existiam muitas estátuas dos principais deuses, como Júpiter, Minerva ou Juno, mas os artistas concentravam-se primordialmente em retratar personalidades.


Painéis pintados nas paredes e o jogo de bola - a vida em Romal

Arcos e abóbadas proliferaram na Roma antiga. Os arcos serviam para comemorar grandes eventos e vitórias conquistadas. É importante considerarmos, na análise da arte romana, que o antigo império caracterizou-se por ser uma organização cosmopolita e de intenso inter-relacionamento com todos os povos, conquistados ou não. Brutal, imperialista, dominadora, a sociedade romana, entretanto, permitia as diferenças e copiava sem restrições; valorizava mesmo, hábitos e conquistas de outros povos, nas artes, ciências e todas as demais ramificações das atividades humanas. Roma pilhava, esmagava e destruía, mas preservou idéias e realizações que, de outro modo, teriam provavelmente desaparecido nos meandros da história, se a força organizadora de Roma não houvesse exercido o seu papel.


Aqueduto na França e o Arco de Tito, em Roma - o arco caracteriza a arquitetura romana

Fartamente documentado, fruto da organização administrativa romana, esse período da história nos traz o legado de informações detalhadas que faltam em outras épocas. Sabemos dos etruscos, dos gregos, dos judeus, muitas vezes através dos romanos. O Arco de Tito, totalmente feito em mármore, serviu para comemorar a vitória sobre Jerusalém. A arquitetura romana tendia para o monumental e grandioso, até como símbolo da grandeza do poderoso império. Por volta do ano 200 d.C., o território romano equivalia aproximadamente ao tamanho dos Estados Unidos e a população era de 100 milhões de habitantes. Os romanos construíram 300 quilômetros de estrada, um empreendimento notável considerando os recursos. Roma era uma cidade de um milhão de habitantes já naquela ocasião. O Circus Máximus tinha capacidade para 150 mil pessoas e foi depois ampliado. É muito para um mundo sem máquinas motorizadas.


Maquete da antiga Roma onde se vê o Coliseu e uma moeda - poderoso império

Embora os romanos não tenham se destacado especialmente como artistas, foram grandes propagadores e financiadores da arte, tanto da própria arte como da arte desenvolvida e feita por outros povos. Acumulando riquezas, a classe dos patrícios adornava suas casas com trabalhos feitos em qualquer lugar, principalmente na Grécia. Como a maior metrópole do mundo antigo, Roma propiciou o debate e o intercambio, divulgando e propagando a criação e o surgimento de novos conceitos. Extremamente mercantilista, a sociedade romana deu aos sistemas de cunhagem de moedas a maior importância. Imponente, criou nos ambientes palacianos a suntuosidade que requeria o talento e o trabalho oferecido pelos artistas. Os escravos gregos trazidos para Roma, freqüentemente eram prestigiados e honrados pelo talento artístico. A queda do Império Romano do Ocidente determinou o fim da Idade Antiga e começo da Idade Média e um período caótico, embora fascinante, da história da humanidade. A Idade Moderna começaria quase mil anos depois, com a queda do Império Romano do Oriente, evento mais conhecido como a queda de Constantinopla em poder dos turcos

Nenhum comentário:

Postar um comentário