segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ARTE GÓTICA

 

 

No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana.

No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.

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ARQUITETURA

A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.

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A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.

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A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os  séculos XII e XIV.

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Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.

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Um exemplo de arco ogival

 

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As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.

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ESCULTURA

As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos propostos pela igreja..

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ILUMINURA

Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal genero está ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis

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Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto..

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Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores.

PINTURA

A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura o realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste.

Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento (Duocento):

* Giotto  - a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento.9af1e79d55  Giotto_di_Bondone_034

Retiro de São Joaquim entre os Pastores - Giotto

 

Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália) e  Retiro de São Joaquim entre os Pastores.

 

* Jan Van Eyck  -  procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar  os detalhes e as paisagens.

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Obras destacadas: O Casal Arnolfini (acima)  e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.

 


VITRAIS DA ARTE GÓTICA

Os vitrais são elementos importantes na arquitetura gótica: ao deixarem passar a luz do Sol, criavam um ambiente sereno e multicolorido. Eram feitos de vidro e molduras metálicas.

COMO DIFERENCIAR AS IGREJAS ROMÂNICAS DAS GÓTICAS?

As igrejas românicas têm arcos redondos e ambiente escuro, solene.

As catedrais góticas têm arcos pontudos e ambiente leve, claro.

OUTRAS DIFERENÇAS:

IGREJA ROMÂNICA                     IGREJA GÓTICA

Arte Romana


Nos bons tempos, quando o poderio romano era inquestionável, o império cobria uma área territorial imensa, que ia da atual Inglaterra até a Rússia, passando por todo o norte da África, incluindo o Egito. Era um império formidável e modificou o mundo com novos conceitos sociais, administrativos e políticos. Recebendo a influência de muitos povos, os romanos foram os responsáveis por espalhar pelo mundo uma grande quantidade de idéias e princípios, como o próprio cristianismo. Também com a arte, a influência recebida de diversos povos - principalmente os gregos -, tratou de ser divulgada e implementada nos quatro cantos do planeta, pois o Império Romano significava a maior parte do mundo conhecido e civilizado nos séculos que antecederam e sucederam o nascimento de Cristo. É dessa época que estamos falando.


Cenas de batalha com soldados romanos e ducos e o Imperador Augustos - arte romana

Na verdade, os poderosos romanos inicialmente traziam as obras de arte encontradas na Grécia conquistada, assim como de outros povos, inundando o império com essa arte que não era sua, propriamente. Os navios chegavam carregados de trabalhos feitos pelos artistas gregos para adornar os edifícios públicos e suntuosas residências dos patrícios. Os artistas romanos começaram simplesmente a copiar trabalhos gregos e depois homenagear personalidades locais realizando esculturas ao estilo grego. Horácio, o poeta romano filho de um liberto e protegido por imperadores, disse naquela época que a Grécia submetida a Roma havia, na verdade, conquistado o conquistador romano, tal era a influência grega dentro do território de Roma. Mas os romanos, claro, como não poderia deixar de ser, foram também criativos e inovadores.


Busto do Imperador Hadrianus e a deusa Minerva - trabalhos esmerados

A principal característica de Roma foi a organização e a eficiência. Na arte, também primaram pela busca da utilidade e praticidade imediata - tanto que o principal destaque vai para a arquitetura, onde a grandeza ressaltava a idéia do poderio romano. As termas são uma invenção romana e funcionaram como centros sociais, com local para esportes, reuniões, jardins e banhos, naturalmente. As basílicas não tinham a conotação de igrejas, inicialmente. Eram locais comerciais e só passaram a ter funções religiosas com a propagação do cristianismo dentro da influência de Roma. Os circos e anfiteatros, como o Circus Maximus e o Coliseu, são símbolos de uma arquitetura primorosa que adornava todos os edifícios com esculturas e transformaram a Roma atual na maior concentração de obras de arte urbanas que conseguimos imaginar. Passear por Roma é passear por um grande museu e pelos corredores da história do mundo ocidental.


Anfiteatro de Nenis, em Paris e o Coliseu, em Roma - partes do grande império

Os romanos tinham o hábito de pintar nas paredes, imitando janelas e varandas que reproduziam cenas externas com paisagens e animais, dando uma idéia de maior tamanho ao ambiente. Eram mestres nesse assunto. Reproduziam também cenas de teatro ou cópias de trabalhos gregos, declarando uma influência que nunca foi negada ou disfarçada. Entretanto, os romanos diferiam dos gregos no temperamento básico, muito mais realista. Isso de reflete de forma nítida na escultura. Ao invés da beleza ideal retratada pelos gregos em suas esculturas, os romanos retratavam as pessoas como de fato elas eram, sem aquele idealismo de uma beleza hipotética. As estátuas romanas representam figuras verdadeiras da casta social. Claro que existiam muitas estátuas dos principais deuses, como Júpiter, Minerva ou Juno, mas os artistas concentravam-se primordialmente em retratar personalidades.


Painéis pintados nas paredes e o jogo de bola - a vida em Romal

Arcos e abóbadas proliferaram na Roma antiga. Os arcos serviam para comemorar grandes eventos e vitórias conquistadas. É importante considerarmos, na análise da arte romana, que o antigo império caracterizou-se por ser uma organização cosmopolita e de intenso inter-relacionamento com todos os povos, conquistados ou não. Brutal, imperialista, dominadora, a sociedade romana, entretanto, permitia as diferenças e copiava sem restrições; valorizava mesmo, hábitos e conquistas de outros povos, nas artes, ciências e todas as demais ramificações das atividades humanas. Roma pilhava, esmagava e destruía, mas preservou idéias e realizações que, de outro modo, teriam provavelmente desaparecido nos meandros da história, se a força organizadora de Roma não houvesse exercido o seu papel.


Aqueduto na França e o Arco de Tito, em Roma - o arco caracteriza a arquitetura romana

Fartamente documentado, fruto da organização administrativa romana, esse período da história nos traz o legado de informações detalhadas que faltam em outras épocas. Sabemos dos etruscos, dos gregos, dos judeus, muitas vezes através dos romanos. O Arco de Tito, totalmente feito em mármore, serviu para comemorar a vitória sobre Jerusalém. A arquitetura romana tendia para o monumental e grandioso, até como símbolo da grandeza do poderoso império. Por volta do ano 200 d.C., o território romano equivalia aproximadamente ao tamanho dos Estados Unidos e a população era de 100 milhões de habitantes. Os romanos construíram 300 quilômetros de estrada, um empreendimento notável considerando os recursos. Roma era uma cidade de um milhão de habitantes já naquela ocasião. O Circus Máximus tinha capacidade para 150 mil pessoas e foi depois ampliado. É muito para um mundo sem máquinas motorizadas.


Maquete da antiga Roma onde se vê o Coliseu e uma moeda - poderoso império

Embora os romanos não tenham se destacado especialmente como artistas, foram grandes propagadores e financiadores da arte, tanto da própria arte como da arte desenvolvida e feita por outros povos. Acumulando riquezas, a classe dos patrícios adornava suas casas com trabalhos feitos em qualquer lugar, principalmente na Grécia. Como a maior metrópole do mundo antigo, Roma propiciou o debate e o intercambio, divulgando e propagando a criação e o surgimento de novos conceitos. Extremamente mercantilista, a sociedade romana deu aos sistemas de cunhagem de moedas a maior importância. Imponente, criou nos ambientes palacianos a suntuosidade que requeria o talento e o trabalho oferecido pelos artistas. Os escravos gregos trazidos para Roma, freqüentemente eram prestigiados e honrados pelo talento artístico. A queda do Império Romano do Ocidente determinou o fim da Idade Antiga e começo da Idade Média e um período caótico, embora fascinante, da história da humanidade. A Idade Moderna começaria quase mil anos depois, com a queda do Império Romano do Oriente, evento mais conhecido como a queda de Constantinopla em poder dos turcos

ARTE GREGA

 

Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles tem como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia.

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ARQUITETURA

Parthenon

 

As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.

 

- Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência

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- Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.

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- Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.

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Os principais monumentos da arquitetura grega:

a) Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Cária.

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b) Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.

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c) Ginásios, edifícios destinados à cultura física.

d) Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles; filosofia.

PINTURA

A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que eram destinados: 

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- Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;
- Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar;
- Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.

As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.

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A pintura grega se divide em três grupos:

1) figuras negras sobre o fundo vermelho
2) figuras vermelhas sobre o fundo negro
3) figuras vermelhas sobre o fundo branco

ESCULTURA

A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.

No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: homem jovem).

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No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. 

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Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados.

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Os principais mestres da escultura clássica grega são:

- Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S” (Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.

- Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou  padrões de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça.

- Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões, métopas e frisos.

- Lisipo, representava os homens “tal como se vêem” e “não como são” (verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes a cabeças.

- Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco.

Para seu conhecimento:

Mitologia: Zeus: senhor dos céus; Atenéia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus das artes e da beleza; 

Posseidon: deus das águas; entre outros.

Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.

Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles.

Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional.

A Grécia com suas montanhas e com o céu quase sempre azul e seu clima suave faziam um dos mais maravilhosos e melhores países do mundo. Foi nesse cenário e que a arte deu um salto, que fez toda a humanidade amadurecer de uma forma inimaginável

            A arte chamada de arte mecênica do final da epoca do bronze, se desenvolveu tanto em arquitetura como pinturas e esculturas que após esse desenvolvimento seria conhecida como arte helenística.

Arte Mecênica

             As manifestações
artísticas gregas, encontraram os seus alicerces numa filosofia antropocêntrica de sentido racionalista que inspirou as duas características fundamentais deste estilo: por um lado a dimensão humana e o interesse pela representação do homem e, por outro, a tendência para o idealismo traduzido na adoção de regras fixas (análogas às leis da natureza) que definiam sistemas de proporções e de relações formais para todas as produções artísticas.
             A principal característica das artes plásticas gregas está no fato de serem essencialmente públicas, pois era o Estado que patrocinava as obras como fontes, praças, templos, etc. Mesmo quando encomendadas por particulares, eram frequentemente expostas em locais públicos. Nas artes plásticas, evidencia-se a combinação do naturalismo (detalhes dos corpos, como, por exemplo, o vigor dos músculos) com a severidade e a regularidade do estilo.
            Na realidade os corpos feitos neste período, eram corpos perfeitos, pois os gregos eram muito antropocêntricos, por isso usamos até hoje a expressão " ele é um deus grego", pois as esculturas dos deuses eram de corpos muito perfeitos.
            Para que as esculturas pudessem serem feitas, foram preciso muitos estudos, para encontrar um material que não de quebrasse tão fácil, e que aguentasse muito peso, pois muitas pedras , como o mármore se quebram com o próprio peso. Além de estudos sobre o material perfeito para se fazer o trabalho, eles tiveram que estudar a anatomia do corpo humano. Na Grécia os artistas não estavam submetidos a convenções rígidas, pois as estátuas não tinham uma função religiosa, como no Egito.
Após as vitórias sobre os persas, houve uma época crescente do naturalismo, onde os escultores ja dominavam a "forma humana", começaram a representar todos os tipos de ação, como por exemplo um atleta atirando um disco.

            Um dos maiores escultores dessa época, foi Fídias que esculpiu as duas estátuas a de Atena para o Partenon, e a do Zeus de Olímpia.

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Atenas


           Eram obras colossais, com adornos de marfim e ouro. As esculturas do Partenon mostram a grandeza do estilo e do desenho de Fídias, sua força esplendorosa, delicadeza e sutileza. Deve-se a este artista, ainda, os enormes frisos desse templo. Seu contemporâneo, Policleto, esculpiu a estátua de um jovem empunhando uma lança, nas proporções que considerava ideais para a figura humana: o Doríforo, ou portador de lanças.

         A 500 anos antes de Cristo, a emoção começou a tomar conta da figura completa e não apenas da sua face, que geralmente apresentava um semblante calmo. Os escultores, esforçaram-se para representar o intelecto e a emoção através das feições do rosto. Os primeiros idealizavam o modelo, representando mais um tipo do que um indivíduo. O caimento das roupas tornou-se dramático, com dobras onduladas complexas para obtenção de efeitos de luz e sombra, de indicar as diferentes texturas, além de ser um apoio para as esculturas, para que tenham equilíbrio. O corpo humano era suave e gracioso, mas faltava-lhe a força e a dignidade das obras anteriores. Essa última fase do período clássico assistiu às melhores criações.Pode-se observar essas mudanças nas famosas estátuas de Hermes e Dionísio Menino e a Afrodite de Cnido. 

Hermes e Dionísio Menino

Lísipo, autor do Apoxiomenos, foi um dos derradeiros escultores clássicos, tornando-se num dos principais representantes do estilo helenístico. No período helenístico a escultura adquiriu progressivamente características menos idealizantes e mais próximas do humano, expressando os sentimentos ou a vida interior do retratado. Outros temas, até então pouco explorados, também passaram a entrar no repertório figurativo, como a morte, o sofrimento e a velhice, com representações realistas muitas vezes dramáticas e pungentes. Novos centros de produção se formaram em cidades como Pérgamo e Alexandria, e a influência da escultura grega, seguindo as conquistas de Alexandre Magno, se estendeu sobre uma vasta área, do norte da África até a Índia. Exemplos desta fase, que em seu final se desenvolveu sob crescente influência romana, são a Vênus de Milo, a Vitória de Samotrácia e o Grupo de Laocoonte.

           Na pintura, os gregos associaram em geral a outras formas de arte, como a cerâmica, a estatuária e a arquitetura. Ao contrário do caso da pintura cerâmica, restam pouquíssimos exemplos de pintura mural ou de painel.

Anfôras - usadas como troféus

            A técnica de pintura sobre cerâmica constitui uma esfera especial, com técnicas e estética diferenciadas, basicamente de caráter gráfico e não propriamente pictórico, muito diversa da pintura mural ou de painéis cênicos. Mesmo assim é uma arte que merece atenção pela riqueza de soluções plásticas, pela sua beleza e grande efeito decorativo, e pela enorme quantidade de peças que sobreviveram até os dias de hoje, possibilitando pelo menos sobre esta modalidade de pintura formarmos um panorama bastante detalhado sobre suas origens, evolução e influência sobre outras culturas.
Os gregos em geral faziam vasos com propósitos simplesmente utilitário. As ânforas panatenaicas, usadas como troféus nos jogos eram exceções a essa regra. No helenismo, porém, a cerâmica puramente decorativa foi mais largamente cultivada.

Pintura Grega representando um banquete

Parthenon

               A arquitetura grega se concentra na religiosidade – templos – com grande rigor de dimensões, estabelecendo proporções matematicamente precisas; os templos são construídos de pedra (mármore). O Parthenon – templo dedicado à deusa Atena, na Acrópole de Atenas, no governo de Péricles, é uma das mais conhecidas e admiradas construções do período. Um traço marcante da arquitetura grega é o uso de colunas, estabelecendo "ordens" características: dórica, jônica e coríntia.

               A arquitetura classica tem como principios a racionalidade a ordem a beleza e a geometria
                Os templos eram construídos com linhas retas retangulares, sem arcos nem abóbodas. O projeto era simples: uma construção de forma padronizada retangular sobre uma base ou envasamento de geralmente três degraus, com colunas no pórtico, na extremidade oposta ou em todos os seus lados e o entablamento de remate.
                Os gregos não usavam o arco; para suas construções, para produzirem efeito, dependiam dos fortes contrastes entre luz e sombra nas superfícies horizontais e verticais. Figuras esculpidas preenchiam o frontão de cada extremidade da construção e relevos apareciam nas vigas apoiadas pelas colunas. A escultura normalmente evocava a história de um deus ou herói do lugar.

                A arte grega não acabou com a conquista romana e mesmo com a transição do período antigo para o medieval, ela se desenvolveu como arte helenística e, depois, como arte bizantina, constituindo a base da arte na Europa ocidental. Sua influência duradoura se deve à racionalidade e ao equilíbrio, à sua tendência em privilegiar a estética do humano e da beleza.