terça-feira, 20 de setembro de 2011

A SUPERAÇÃO DO ACADEMICISMO - O IMPRESSIONISMO

 

É na segunda metade do século XIX que as idéias neoclássicas presente nas obras dos artistas brasileiros tornou-se menos rígida. Mais tarde, os artistas que seguiam para a Europa eram influenciados pelos movimentos Impressionista e Pontilhista, mas mesmo assim, continuavam a  expressar temáticas menos profundas, pois isto só ocorreria na década de 20 com o Movimento Modernista.

        Destaca-se no estilo impressionista o artista Eliseo Visconte: nasceu na Itália (1867-1944) e veio para o Brasil com menos de um ano de idade. Estudante da Academia de Belas-Artes em 1892 ganhou como prêmio por seus trabalhos uma viagem a Europa;  elaborou a tela Gioventú (1898) obra que participou da Exposição Internacional de Paris em 1900.

moca no trigal eliseu visconti 300x252 Impressionismo no Brasil   Eliseu Visconti

Moça no Trigal - Eliseu Visconti

 

        Durante o período que permaneceu na França, Visconte recebeu a influência dos artistas impressionistas, tanto que é considerado o maior representante dessa tendência na pintura brasileira.

        Foi também um artista decorativo, sendo um dos primeiros para que no Brasil os objetos da vida diária fossem o resultado de um trabalho artístico. Este estilo foi superado somente nos anos 20 e 30 pelo Movimento Modernista.

impressionismo no brasil eliseu visconti Impressionismo no Brasil   Eliseu Visconti

 

No Brasil, ecos do impressionismo podem ser encontrados nas obras de Arthur Timótheo da Costa (1882 - 1922), Belmiro de Almeida (1858 - 1935), Almeida Júnior (1850 - 1899),Castagneto (1851 - 1900), Eliseu Visconti (1866 - 1944) e Antônio Parreiras (1860 - 1937)entre outros. O clareamento da paleta, a atenção aos efeitos produzidos pelas diferentes atmosferas luminosas, a incorporação de temas simples e afastados da eloqüência acadêmica, o uso de pinceladas fragmentadas e descontínuas são incorporados aos poucos pelos artistas brasileiros. No entanto, o acanhamento do ambiente artístico, a resistência do público e das instituições às novas tendências estéticas e as limitações impostas pela Academia Imperial de Belas Artes - Aiba - no ensino por ela ministrado e nas orientações que imprime ao estudo de brasileiros no exterior - dificultam um diálogo mais fecundo entre as investigações introduzidas pelos impressionistas e a arte realizada pelos pintores nacionais, que muitas vezes não vão além de uma incorporação superficial das técnicas impressionistas, adaptando-as a um olhar ainda comprometido com os padrões acadêmicos.

 

Arrufos, Belmiro de Almeida.

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